terça-feira, 15 de novembro de 2011

Histórias do Pari (!)

Texto e Fotos: http://historiasdopari.wordpress.com

Recebemos do amigo Edgar Martins (edgard.martins@superig.com.br), mais uma valiosa colaboração, que vem enriquecer o nosso blog. Trata-se de fotos históricas de clubes de futebol do bairro do Pari, em São Paulo. E a história do bairro e de seu craque destaque.

O Pari é um distrito situado na região central da cidade de São Paulo, a nordeste do chamado Centro Histórico da Capital. Apesar de sua posição geográfica voltada mais ao norte, pertence à Região Administrativa Sudeste da Capital, visto que o bairro integra a Subprefeitura da Mooca.

Trata-se de um dos menores distritos da Capital, abrangendo o bairro do Canindé, onde se situa o estádio da Associação Portuguesa de Desportos e o Shopping D. O bairro possui também a sede da CEFET-SP. Tradicionalmente a comunidade do bairro participa dos desfiles de Carnaval com a sua Escola de Samba "Colorado do Brás".

O distrito é atendido pela Linha 1 (Azul) do Metrô de São Paulo, que passa dentro de seus limites, embora não haja nenhuma estação ali. Porém, quem freqüenta o bairro pode se utilizar da Estação Armênia, que fica a três quarteirões do Estádio do Canindé, por exemplo.

Apesar de ser um distrito relativamente pequeno (possui 2,75 km²), suas ruas são largas e asfaltadas, sendo que algumas possuem canteiro central com vegetação.

Por ocupar a várzea do Rio Tietê, é um bairro quase inteiro plano, sendo também considerado um bairro "baixo", pois em sua área existem muitos poucos prédios acima de quatro andares, sendo predominantes as casas, prédios de dois ou três andares, além de vários galpões e garagens de ônibus. (Fonte: Wikipédia)

Comentário que nos foi enviado pelo amigo Edgar Martins.
Hoje , falarei de um outro grande clube pariense , de vida curta , porém cheio de glórias. Trata-se do Flôr do Pari F. C.. Era do Alto do Pari, porém seu campo que vemos na foto , gentileza de Domingos Curci Sobrinho, ficava no fim da rua Miguel Paulo Capalbo, na altura da Marginal esquerda do rio Tietê.

Teve grandes equipes , mas o que ficou na memória do torcedor alvi-celeste, foi a grande conquista do "Torneio de Inverno", disputado por várias equipes da várzea paulistana. A finalíssima , memorável, contra o Estrela Vermelha, da Vila Nivi, foi de arrepiar.

A chegada no Alto do Pari, com a caravana campeão e erguendo a bela taça , foi emocionante. O principal jogador revelado pelo Flôr, foi o meia Paghetti, que durante muitos anos jogou no Goiás e na Anapolina.

Pariense famoso

Hoje, vamos falar de mais um pariense bom de bola. Começou no juvenil da Lusa e foi para o Goiás , onde se consagrou e mais tarde encerrou a carreira no Anapolina. No Pari, jogou no Estrela e em outras equipes, mas as suas maiores atuações foram no clube de seu coração , o Flôr do Pari. Especialmente quando o quadro alvi-celeste do Alto do Pari se sagrou Campeão do dificílimo "Torneio de Inverno". Era um craque da bola.

Paghetti, ex-meia-atacante do Goiás, na década de 70, hoje é empresário do ramo de bebidas, em Goiânia (GO), onde vive. Paghetti marcou época no ataque do Goiás em uma célebre noite de quarta-feira, de 1974, quando pelo Campeonato Brasileiro de 1973, o Santos goleava o time dele por 4 X 1 com Pelé jogando muito.

Aí, o Santos achou que o jogo estava ganho, tirou o pé, o que bastou para o trio infernal Lucinho, Paghetti e Lincoln deitar e rolar para cima da zaga do Santos. Resultado: 4 X 4, em poucos minutos.

“Se o juiz tivesse dado uns dois minutos a mais, a gente teria ganho o jogo”, recorda Paguetti, às gargalhadas.

Veja a ficha técnica desse jogo histórico para o futebol goiano: Campeonato Brasileiro 1973, Fase 2. Data: 06/02/1974. Local: Estádio Pacaembu, São Paulo-SP. Árbitro: Arnaldo César Coelho. Renda: 288.023,00. Público: 27.246. Gols: Nenê (20/1, 32/1 e 37/1), Paghetti (44/1), Emílio (contra, 9/2), Paghetti (34/2 e 37/2) e Lucinho (45/2).

O Santos jogou com: Carlos - Carlos Alberto Torres - Marinho Peres - Vicente e Zé Carlos - Clodoaldo (Roberto) - Léo Oliveira e Mazinho - Nenê - Pelé e Edu. O Goiás jogou com: Lumumba - Triel - Emílio - Matinha e Cláudio - Tuíra e Hertz - Lucinho - Paghetti - Lincoln e Raimundinho.

Em 1978, já em final de carreira, Paghetti foi um dos principais reforços contratados pela Anapolina, para a disputa do campeonato brasileiro daquele ano, tendo disputado quase todas as partidas.

Aos domingos de manhã, no campo do Dragão Paulista, tinha show de bola. Era o sensacional time do Coronel Moraes em campo. Nesta foto do arquivo de Domingos Curci Sobrinho, vemos entre outros Natalino Christopharo, Rubens, Dante e Ratinho.

Infantil do Serra Morena, década de 1970. (Foto cedida pelo seu presidente, senhor Celso Lopes.)

Este clube antecedeu ao Flamenguinho do Pari, era o Pary Club, cuja sede era na Praça Padre Bento. O pai do amigo Edgar Martins, Jayme está sentado na grama é o primeiro da direita para a esquerda. Ele não sabe precisar o local do campo, possivelmente é no Canindé e as árvores ao fundo são as que estão até hoje na Corôa. A foto de 1938, pertence ao álbum de sua mãe.

Em comemoração aos 51 anos do time Colorado do Brás (fundado em 05-03-1960), foi realizado no Campo do Guarany do Brás – CDM Belenzinho, um retumbante Festival de Futebol.

As partidas realizadas foram: Sucatão do Canindé 0 X 1 Rachão do Guarany do Brás; Veteranos GRES Colorado do Brás 1 X 4 Veteranos do Estrela do Pari; Veteranos do Guarany do Brás 4 X 1 Dois Toques de São Miguel; EC Vigor Pari 1 X 0 Guarany do Brás; Estrela do Pari 2 X 1 Seleção de Paraguaios e Internacional FC 2 X 3 Seleção dos Nordestinos.

Pariense famoso


Hoje vou falar de um pariense famoso. Meu pai jogou com ele no Pary Club e dizia que foi um dos maiores jogadores de futebol da várzea pariense. Aliás não só no futebol, como box, basquete jogou em fortíssimas equipes da Congregação Mariana do Pari. Mais tarde tornou-se juiz da Federação Paulista de Futebol e juiz de boxe. No futebol era um árbitro justo e seu nome nunca levantou suspeitas.

Temos aqui uma história de Mário Prata sobre a dificuldade que algumas pessoas possuíam em falar o seu nome.

Num domingo ensolarado de 1953, lá na noroeste. O São Paulo Futebol Clube, "o mais querido", invicto há 23 partidas, líder absoluto da primeira divisão, foi jogar na minha Lins contra o Clube Atlético Linense, "o elefante da noroeste", recém-promovido à elite do futebol paulista.

Foi então que o fato se deu. O estádio (cognominado "O Gigante de Madeira") totalmente lotado. Gente da cidade e de toda a região. Chamaram o seu Palmiro, que tinha um fordinho e andava pela cidade fazendo reclames de lojas e armarinhos num possante alto-falante, para anunciar as duas equipes momentos antes do jogo.

O juiz era o mais famoso e conhecido da época. Chamava-se Telêmaco Pompeu. Hoje, se não me engano ele é juiz de lutas amadoras de boxe.

O que ninguém sabia e nem desconfiava era que o seu Palmiro (repentista nas horas vagas) não entendia nada de futebol, conforme se vai ver a seguir.

Antes de começar a partida, depois da banda tocar e os rojões estourarem, entra a voz tonitruante e pausada do seu Palmiro, emocionado mas firme.

"São Paulo Futebol Clube: Poy, De Sordi e Mauro. Pé de Valsa, Bauer e Alfredo. Maurinho, Albeja, Gino, Lanzoninho e Canhoteiro. Clube Atlético Linense: Herrera, Ruy e Noca. Geraldo, Frangão e Ivan. Alfredinho, Américo, Washington, Próspero e Alemãozinho". Até aí ia tudo bem. Mas quando ele foi anunciar o juiz Telêmaco Pompeu que tudo se deu: "Será juiz da contenda o senhor Telemáco Pompeu".

Aquele Telemáco fez o estádio vir abaixo. Alguém deu o toque para o seu Palmiro que era Telêmaco e não Telemáco. Seu Palmiro não teve dúvidas e voltou todo solene, para novo e definitivo tropeção:
"Retífico"... E ninguém ouviu mais nada por causa das gargalhadas que ecoaram pelo Gigante de Madeira.

Em tempo: o Linense ganhou de 4 X 1, com três gols do Américo Murolo e um do Alfredinho Sampaio. Gino Orlandi marcou para o ex-invicto, impedido, diga-se de passagem.