domingo, 28 de julho de 2013

O "Tigre" catarinense


Histórico do clube

O Criciúma Esporte Clube, da cidade de Criciúma (SC), foi fundado em 13 de maio de 1947, com o nome de Comerciário Esporte Clube. A reunião de fundação aconteceu na Praça Nereu Ramos, por um grupo de rapazes, na maioria com 18 anos, moradores do centro da cidade. 

No dia 15 de maio, do mesmo ano, aconteceu a primeira partida do recém fundado clube. O adversário foi o já tradicional São Paulo Futebol Clube, da Vila Operária. O jogo aconteceu no estádio do Ouro Preto e a jovem equipe foi derrotada por 4 X 0.

A primeira bola do time foi comprada por 17 contos e 500 réis e o primeiro terno, listrado de azul e branco, adquirido após uma coleta no comércio. No dia 8 de junho, as duas equipes voltaram a se defrontar no mesmo local. O time do São Paulo Futebol Clube voltou a aplicar outra goleada, 4 X 1, sendo que o zagueiro Carlitos, foi o autor do primeiro gol do Comerciário.

A primeira vitória só aconteceu na terceira partida, também diante do São Paulo Futebol Clube. O Comerciário venceu pelo placar foi 3 X 2. A primeira viagem foi para Siderópolis, onde o time enfrentou o Grêmio Esportivo Macedo Soares, onde a equipe de Criciúma Esporte Clube empatou com os donos da casa.

Atualmente, disputa a Série A do Campeonato Brasileiro. Suas cores oficiais são o amarelo, o preto e o branco. Manda seus jogos no Estádio Heriberto Hülse, que possui capacidade para 22 mil expectadores.

A nível nacional, o Criciúma foi o primeiro e único clube de Santa Catarina a conquistar a Copa do Brasil, em 1991. Também tem no currículo títulos do Campeonato Brasileiro da Série B de 2002 e do Campeonato Brasileiro da Série C de 2006.

Já pelo campeonato estadual, o clube soma 10 conquistas. Foi ainda o primeiro e único clube catarinense a participar de uma Copa Libertadores da América, em 1992, alcançando a fase de quartas-de-final.

O primeiro título do Comerciário foi conquistado em Siderópolis, em 8 de fevereiro de 1948. O time era considerado a zebra do torneio, por ser o caçula da região.

Em 1949 aconteceu a primeira grande vitória do time azul e branco, quando o Atlético Operário em duas oportunidades, por 3 X 1 e 6 X 1, conquistando assim o seu primeiro título da LARM (Liga Atlética da Região Mineira).

O esquadrão campeão era formado por: Mário – Colombi – Vante - Muricy e Zoile – Ary - Carlitos e Eraldo – Detefon - Aníbal e Bigode.
Em 49, repetindo a mesma base, tornou-se novamente campeão, derrotando de novo o Atlético Operário. O tricampeonato foi conseguido em 1951.

Com uma campanha invejável, o Comerciário venceu 20 partidas das 28 disputadas, empatou 4 e perdeu 4. Em 1955, o clube inaugurou o Estádio Heriberto Hülse. Apesar de ter perdido para o Imbituba Esporte Clube por 1 X 0, na inauguração, a vinda do estádio deu novo ânimo ao time, que em 1957 e 1958 voltou a ser campeão da LARM.

A principal façanha do Comerciáio foi a conquista do primeiro título estadual, que aconteceu no ano de 1968. Naquele tempo, estava despontando para o futebol nacional o ponteiro direito Valdomiro Vaz Franco, que depois foi um dos grandes ídolos do Sport Club Internacional, de Porto Alegre.

O título foi ganho em uma partida extra, contra o Caxias de Joinville, no Estádio Adolfo Konder, em Florianópolis. O time campeão era este: Batista – Alemão – Lili - Conti e Toco – Bita - Ivanzinho e Sado – Valdomiro - Chiquinho e Bossinha. O Caxias foi derrotado por 2 X 0.

Em 1970, atingido por uma séria crise financeira, o Comerciário Esporte Clube foi obrigado a encerrar as atividades do departamento de futebol profissional, só retornando a disputar o Campeonato Catarinense em 1977.

Mesmo contando com um bom apoio financeiro, o Comerciário não conseguiu reagir naquele primeiro ano de retorno. Em virtude de uma briga com a federação em função de confusões que aconteceram no primeiro jogo do campeonato estadual daquele ano, em que o Comerciário perdeu para o Avaí por 2 X 1, o clube acabou perdendo o mando de campo em dois jogos decisivos que definiram a classificação para a fase final.

Assim, o Comerciário acabou perdendo a vaga e foi obrigado a disputar uma deficitária repescagem. Havia, no entanto, um outro grande problema que o clube tinha que enfrentar e não vinha obtendo resultados: a falta de torcida.

O fantasma do Esporte Clube Metropol ainda habitava a cabeça dos criciumenses. Conhecido como o "time dos mineiros", o Metropol foi diversas vezes campeão estadual, excursionou pela Europa e representou por cinco vezes o estado na Taça Brasil sendo que, em uma delas, chegou às finais. Com tudo isso, a comparação era inevitável, e o Comerciário sempre saia perdendo.

Foi então, que surgiu a idéia de se trocar o nome para Criciúma Esporte Clube, no intuito de trazer para o estádio os torcedores dos extintos Ouro Preto, Atlético Operário, Próspera, Boa Vista e até o Metropol. Assim, em 2 de abril de 1978, era oficialmente fundado o Criciúma Esporte Clube.

As mudanças começaram a dar resultados e já em 1978, o Criciúma foi vice-campeão estadual. O Criciúma seria ainda vice-campeão três vezes consecutivas,  nos anos de 1980, 1981 e 1982. O time de 1978 foi o melhor que a cidade já teve. O meio campo contava com: Edgar, Paulinho Criciúma e Luiz Freire. No ataque: Anchieta e Vargas e, mais tarde, viria Paulinho Cascavel.

Este time deu a primeira glória ao Criciúma ao vencer o Flamengo por 4 X 2, logo após o mesmo ter sido campeão do mundo. Os gols foram marcados por Luiz Freire, Vargas (2) e Naldo para o Criciúma; Lico e Zico para o Flamengo.

A equipe que venceu o Flamengo era treinada por Lori Sandri. O jogo foi no dia 25 de fevereiro de 1982 e o time do Criciuma jogou com: Zé Carlos – Assis – Larry - Eduardo e Alvaro – Edmar - Paulinho Criciuma e Luis Freire – Mica - Vargas e Anchieta.No 2º tempo,entraram : Naldo,Serrano e Dagoberto.

Foi a primeira derrota do Flamengo após o título Mundial. O Flamengo jogou com: Cantarelli – Leandro – Figueiredo - Marinho(Moser) e Júnior - Andrade (Vítor) – Adílio - Zico e Lico - Tita (Popéia) e Nunes. O técnico era Carpegiani. O estádio ficou completamente lotado.

Mesmo depois da troca de nome o Criciúma ainda não conseguia se firmar como unanimidade na cidade, pelo simples fato de ainda conservar as cores do Comerciário. Começou, então, um movimento para a troca das cores do clube.

Muita polêmica foi gerada. Alguns opinavam por uma mistura das cores de todas as equipes que a cidade já teve. Outros queriam que fossem oficializadas as cores da bandeira da cidade.

Após muitas reuniões, decidiu-se pelo amarelo, preto e branco. O amarelo demonstrando a riqueza da região; o preto, o carvão; e o branco, por ser uma cor presente em todos os demais clubes que existiram.

O dia escolhido para a estréia das novas cores foi 13 de maio de 1984, data em que o Criciúma completaria 37 anos. O jogo valia pelo campeonato estadual e o adversário era o Joinville, que saiu ganhando por 2 X 0. Tudo parecia perdido até que o árbitro Dalmo Bozzano marcou um pênalti em favor do Criciúma. Zé Carlos Paulista (ex-Joinville) bateu e diminuiu.

Quase no final Galvão (também ex-Joinville) avançou pela lateral, invadiu a área e bateu forte empatando o jogo. A torcida foi a loucura, pois Galvão demonstrou muita raça na jogada e por ele ter feito contra o segundo gol do Joinville. Aquele empate, teve sabor de vitória.

Pela sua tradição no futebol, e pelo passado de glórias do Metropol, Criciúma não podia mais viver aquela sina de time perdedor. Em 1986 veio colocar a cidade no lugar de onde ela nunca deveria ter saído: o de principal centro futebolístico do estado.

O primeiro título da história do Criciúma veio com a conquista da Taça Governador do Estado. Depois de vencer o Joinville, em Criciúma por 2 X 0, o “Tigre” só precisava do empate no jogo da volta na casa do adversário e foi o que aconteceu. A partida terminou em 0 X 0 e Criciúma viveu um dia de festa.

Pouco mais de um mês depois, o Criciúma ganharia mais uma taça, equivalente ao segundo turno do campeonato estadual. Desta vez a situação era inversa, quem precisava do empate era o Joinville que jogava fora de casa.

O jogo começou emocionante com o Criciúma fazendo 1 X 0 logo no primeiro minuto, através de Rached. No começo do segundo tempo, Nardela empatou e fez voltar a lembrar dos títulos que, o Joinville conquistou dentro de Criciúma.

Mas, aos 9 minutos, Guinga marcou o gol que daria a vitória necessária ao Criciúma. Com este resultado, o “Tigre” ganhou mais um turno e levava um ponto extra para o hexagonal final do campeonato.

Em  1987, o Criciúma conseguiu a oitava colocação no módulo amarelo da Copa União, reconhecido pela CBF como o Campeonato Brasileiro de Futebol daquele ano. Em 1989, o time voltou a ser campeão estadual, conquistando também em 1990 e em 1991 com o tri-campeonato estadual.

No mesmo 1991, o clube ainda conseguiu o principal título da história do futebol catarinense em todos os tempos, a Copa do Brasil, contra o Grêmio. Na primeira partida, em Porto Alegre, aconteceu um empate em 1 X 1, com o gol do “Tigre” sendo assinalado em uma cabeçada do zagueiro Vilmar.

Na partida de volta, no Heriberto Hülse, ocorreu outro empate, só que desta vez em 0 X 0. A vantagem do gol fora de casa deu ao Criciúma o tão sonhado campeonato e a vaga para disputar a Libertadores da América em 1992.

O grupo base tinha: Alexandre - Sarandi (Jairo Santos) – Vilmar - Altair (Wilsão) e Itá - Roberto Cavalo - Gélson e Grizzo - Zé Roberto (Vanderlei) - Soares e Jairo Lenzi. Técnico: Felipão.

Esse mesmo grupo voltou a realizar uma excelente campanha na Libertadores, sendo desclassificado nas quartas-de-final, pelo São Paulo. Nos anos de 93, 95 e 98, o Criciúma Esporte Clube conquistou o Campeonato Catarinense.

No ano de 2002, o clube foi campeão do Brasileiro Série B e após cinco anos garantiu o seu retorno à elite do futebol brasileiro, em uma final disputada contra o Fortaleza Esporte Clube. A primeira partida, na casa do adversário, o Fortaleza venceu por 2 X 0.

Na volta, mesmo com forte chuva o Heriberto Hülse lotou para ver o Criciúma vencer por 4 X 1, com gols assinalados por Paulo Baier (3) e Dejair. O time que jogou a final foi: Fabiano - Paulo Baier – Cametá – Luciano - Luciano Almeida (Sandro) - Cléber Gaúcho - Cléber (Edinho) – Juca – Dejair – Delmer e Anderson Lobão (Tico). Técnico: Edson Gaúcho.

Em 2003, o clube fez uma boa campanha na Série A, conseguindo manter-se na elite do futebol brasileiro, porém em 2004 caiu para a Série B8 e em 2005, pela primeira vez, para a Série C do futebol nacional.

Em 2006, o clube conquistou o título do Brasileirão da Série C, garantindo seu retorno à Série B em uma goleada contra o Vitória. O “Tigre” não tomou conhecimento do adversário e naturalmente aplicou 6 X 0, com gols marcados por Leandro Guerreiro, Alexsandro, Beto Cachoeira (2), Fernandinho e Zé Carlos.

Em  2008, o Criciúma chegou às finais do estadual. Perdeu o primeiro jogo por 1 X 0 no Orlando Scarpelli para o Figueirense e mesmo vencendo o segundo jogo em casa por 3 X 1 no tempo normal, acabou com o time da capital campeão, que venceu por 1 X 0 na prorrogação.

No segundo semestre de 2008 preparando o acesso para a Série A do Brasileirão, o Criciúma teve um dos maiores orçamentos da história, realizando contratações de grande investimento financeiro, como do folclórico artilheiro Jardel e Luis Mario, que formaram no papel um dos elencos mais qualificados daquela Série B.

Mas a crise estava decretada à partir daquele ano e o tricolor amargou a 18º colocação da Série B e o segundo rebaixamento para a terceira divisão.

Em 2010 o time conseguiu o acesso a Série B do Brasileirão.
Em2011, foi campeão do turno do estadual, vencendo o Figueirense por 1 X 0 no Scarpelli e conseguindo a vaga para a final.

No primeiro jogo da final, contra a Chapecoense, venceu por 1 X 0, mas acabou perdendo o segundo jogo pelo mesmo placar, no “Índio Condá”, em Chapecó. O time do Oeste Catarinense levou o título no critério de desempate, mais pontos na classificação geral.

A Série B de 2011 foi marcada por altos e baixos, com o time brigando por uma vaga no G-4 o campeonato todo, entretanto, nas últimas sete rodadas o rendimento da equipe foi abaixo do esperado, terminando na 14ª colocação.

Na temporada de 2012, fez uma péssima campanha no Catarinense, não conseguindo chegar nas semifinais, ficando na 7ª colocação na classificação geral. Voltando a figurar na Copa do Brasil, eliminou o Madureira na 1ª fase, mas acabou sendo eliminado pelo Atlético Paranaense, perdendo o jogo de ida e o de volta por 2 X 1 e 5 X 1, respectivamente.

Em 19 de maio de 2012, o Criciúma fez sua estréia na Série B de 2012 diante do seu torcedor e goleou o Guaratinguetá por 4Xa 1. Em um campeonato disputadíssimo, o Criciúma surpreendeu até mesmo ao presidente do clube, que não esperava a campanha positiva da equipe devido às discussões internas no começo da competição.

No dia 17 de novembro de 2012, empatou em 0 X 0 com o Atlético-PR e conseguiu o acesso à elite do futebol brasileiro diante de 19.743 torcedores que fizeram do “Majestoso” um caldeirão em todos os jogos.

Campeão Catarinense de 2013. (Foto:Acervo do Criciúma E.C.)

Vadão, técnico do Criciúma em 2013. (Foto:Acervo do Criciúma E.C.)

Zé Carlos, artilheiro do Criciúma em 2012. (Foto:Acervo do Criciúma E.C.)

Campeão da Copa do Brasil 1991.

Felipão, técnico campeão da Copa do Brasil de 1991 pelo Criciúma E.C. (Foto:Acervo do Criciúma E.C.)

Time de 1989.

Time de 1986. (Foto:Acervo do Criciúma E.C.)

1978 - Mudança de nome, de Comerciário E.C.,  para Criciúma E.C.

1968 - Comerciário E.C., campeão catarinense. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

Comerciário E.C., década de 60 ou 70. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

Comerciário E.C., final da década de 60. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

Comerciário E.C. em 1955. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1951 - Comerciário E.C.. Em pé: Colombo - Pacha - Joaquim - Tchiro e Zezé. Agachados: Osni - Helio - Ari - Muricy - Cardoso e Dionísio (Foto: Muricy José Burigo)

(Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

Comerciário E.C., década de 1950, bi campeão da Liga Atlética da Região Mineira. (Foto:Acervo Muricy José Burigo)

1950. Comerciário E.C.. Concentração do Cocal. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

Entrega das faixas de campeões da LARM. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1950 - Comerciário E.C., campeão da Liga  Atlética da Região Mineira (LARM). (Foto retirada do facebook de Mário Belolli)

1950. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1950. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1949. Muricy, menino mascote do clube e Ary. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1949 - Mascote Carlos Humberto Campos. (Foto:Acervo de Muricy José Burigo)

1949 - Comerciário E.C..Em pé: Pacha - Norton - Tchiro - Osni - Chaminé e Muricy. Agachados: Bigode - Ari - Dionísio - ??? e Vanderlei ( Foto: Museu do Tigre)

1949. Comerciário E.C., Torneio Início. (Foto: Muricy José Burigo)

1949 - Mário Romancini e Irê Guimarães. Torneio Início. (Foto: Acervo Elisabete Romancini)

Comerciário E.C. no final da década de 40. Em pé: Romancini - Colombo - Vante - Muricy - Zoile e Ari - Agachados: Carlitos - Eraldo - Detefon - Anibal e Bigode. (Foto: Museu do Tigre)

Comerciário E.C., final da década de 1940. (Foto:Museu do Tigre).

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